quinta-feira, 2 de abril de 2009

Algumas experiências sobre a inatividade política dos amantes de matemática

A ideia dste blog surgiu com uma conversa no dia quatro de janeiro de janeiro deste ano. Era um estudante argentino de matemática comentando que no seu país os estudantes não se movimentaram sobre uma mudança nacional do currículo em matemática (ou algo importante assim). Dizia ele que estava errado, que não devia ser assim, que os matemáticos deviam ter mais participação nas discussões, principalmente sobre o que os envolvia diretamente.
Uma outra pessoa (do México! Foi meu primeiro almoço internacional) disse que lia jornal uma vez, mas deixou de ler porque tinha a sensação de que as notícias eram sempre as mesmas, que era sempre a mesma coisa, e que não adiantava ler. (Há tempos atrás também tive a impressão de que as notícias eram as mesmas. Agora acho que se pode acompanhar um pouco as mudanças no cenário político, econômico e militar no mundo pelos jornais e noticiários em geral. Queria poder apreciar, em sua totalidade, uma alteração do modo de pensar comum sobre alguma coisa mais abrangente. [Já percebi que mudou o ponto de vista geral sobre algumas tecnologias, como celular e computador.])
Um colega meu (agora voltando aos dias recentes, à minha realidade na UFRGS) falou a respeito destas pessoas que estão sempre protestando. Ele disse: "Cada um faz o que quer com seu tempo livre. Bem, eles acham inútil estudar matemática. Eu acho inútil protestar." Interessante.
Ontem fariam um levante, ou uma reunião, pra protestar contra a paralisação das obras do RU. Esse assunto me afetava diretamente, mas fui pra casa estudar.

As conclusões, por ora, se existirem, são por sua conta! Gostarei de conhecê-las.

(As postagens deste blog são como as raízes complexas de uma equação polinomial real: vêm aos pares. E eu não resisti a inserir uma piadinha neste blog.)

Aversão à utilidade

Alguns matemáticos (talvez eles só brinquem) gostam, de certa forma, que o legal mesmo dos seus teoremas e dos seus resultados não tenham aplicações, que sejam intangíveis para o uso prático. Em geral, alguns resultados que têm uma beleza avassaladora não parecem ter outras aplicações.
Pode-se discutir se usar teoremas de uma área em outra área da matemática é uma aplicação ou não. Penso que sim; alguns estudos algébricos podem fornecer a base para uma estrutura que tenha correspondência no mundo real. Embora seja difícil imaginar o que podem representar.

Contudo, a maioria das pessoas diz que seus resultados têm utilidade sabe-se lá onde.

Pra mim muita matemática é masturbatória. (E adoro praticar isso.)