sábado, 3 de outubro de 2009

Os prazeres da matemática

Às vezes o que eu gostaria é de uma injeção de matemática. Como pura heroína morfina na veia (não, não uso essas coisas).

Ter vislumbres matemáticos é ótimo. (Houve um pequeno período em que chamei essas coisas de "orgasmos mentais", embora esse nome seja produto de uma mente perversa disposta a impressionar as outras. Assim como outras mentes façam, embora elas passem impunes por si mesmas.) É fantástico, mas demanda trabalho, e ficar focado em alguma coisa, e pensar, pensar, até entender por si mesmo, achar espaço na sua cabeça pra acomodar aquela coisa. Por outro lado, dá um pouco de orgulho saber que conquistar e dominar tal conhecimento (geralmente não são dados, e sim um "programinha" de interpretar ou processar dados) custou um pouco.
Problemas de olimpíada geralmente precisam de um "tcham!" para serem resolvidos e são compensadores.
Teoremas e resultados mais canônicos dão prazer geralmente por confirmar o que parecia ser certo. Alguns são surpreendentes (por exemplo, como ser holomorfa torna uma função rígida, tanto que vale o teorema de Liouville), mas em geral eles são os esperados. O legal no caso é poder provar que aquilo é verdadeiro, que a nossa intuição está certa. Provar com rigor é muito legal mesmo, vocês precisam ver!